• Pouso do salto no Hotel Marina para episódio do programa Meninas do Base Jump
  • Salto da Pedra da Gávea, RJ
  • Gravação na Pedra da Onça para episódio do programa Meninas do Base Jump
  • Ruy, Julia, Rita e eu em carona para salto na Pedra do Cabrito
  • Ponte da Fumaça, Resende, RJ
  • Eu, Julia e Rita apontando para a Pedra da Onça, para episódio do programa Meninas do Base Jump
  • Eu, Julia e Rita apontando para a Pedra da Onça, para episódio do programa Meninas do Base Jump
  • Eu e Rita posando para foto depois de salto no Hotel Marina para episódio do programa Meninas do Base Jump
  • Eu e Rita analisando o vento para o salto no Hotel Marina para episódio do programa Meninas do Base Jump
  • Salto no Hotel Marina para episódio do programa Meninas do Base Jump
  • Rollover da ponte V13
  • Salto de bruxa com Murilo, da Pedra do Cabrito
  • Barrel roll com Julia, da Pedra da Onça
  • Salto da Pedra da Gávea
  • Salto da Pedra da Onça
  • Preparando balão para salto de treinamento
  • Gainer do Hotel Nacional. Matéria para O Globo. Foto: Felipe Hanover
  • Salto do Hotel Nacional
  • Salto de um moinho de vento em Lleida, Espanha, com Keds
  • 3-way com Kiko e Keds de Zakynthos, Grécia
  • 3-way com Kiko e Keds de Zakynthos, Grécia
  • Esperando a neblina na Pedra da Onça
  • Salto de antena, São Paulo
  • Salto da ponte V13, RS
  • Gainer da ponte V13, RS
  • Gainer da cachoeira do Tabuleiro, MG
  • Salto da Pedra da Onça, record Sulamericano de salto sequencial

Esporte
Ano: desde 2009

O que é BASE?

O que nos leva a caminhar até onde acaba o chão e nos jogar no vazio???

Ou melhor, às vezes as perguntas erradas são feitas e esperamos respostas prontas, mas no jogo complexo da vida, passamos entre a simplicidade e a complexidade e por questões poéticas e sensíveis da vida que não dão conta de serem expressadas em linhas, em vídeos, racionalmente.

No fundo, nunca damos conta de explicar o que é ser BASE jumper porque é impossível estar na pele do outro. De fato é um esporte muito recente e complexo, que exige do praticante uma gama de expertises, soma de diversos saberes. O salto começa dentro da gente. Em um chamado. No sentir-se pronto, na visualização, na compreensão dos diversos níveis de desafios a serem conquistados para que aconteça o salto. O salto continua na dobragem, na atenção, no foco e no conhecimento técnico necessário para saber de onde irá saltar para adequar a dobragem a essa situação.

O próximo passo – simultâneo – é conhecer o local do salto: condição do ambiente, da temperatura, do vento, dos obstáculos, da altura, da movimentação, de tudo o que se puder saber sobre o local. O desafio de chegar em cada local, com 8kg nas costas, faz parte do salto. Desde pegar um elevador a caminhar por 3 horas em mata fechada, subir uma antena, cada objeto tem sua peculiaridade e cada passo em direção a berlinda exige algo de nós, de dentro de nós.

Uma coisa é certa: não dá para subir uma antena de 100m pensando na briga que se teve com o namorado. Essa presença necessária faz com que a prática do BASE tenha um caráter muito espiritual para mim. Sinto cada milímetro do meu corpo, minha respiração, meu coração. Forço, através da respiração, baixar minha pulsação cardíaca. Sou eu presente e conectada com o mundo.

Me sinto em rede. Naquele momento, sou na rede.

Meu primeiro prédio foi no México, em Guadalajara, distante dos meus amigos mais próximos. Eu, sozinha na berlinda, em um país estranho, sentia tudo o que havia aprendido durante essa preparação, em cada célula.

Senti Ruy meu mentor e grande amigo, dizer sobre posição de corpo, análise de objeto, relaxar, curtir, olhar a paisagem, que é sempre deslumbrante lá de cima. Senti Keds me pedindo para olhar o vento, senti Rafa me dizendo para não colocar as mãos nos tirantes, senti Caco me dizendo para impulsionar melhor com os dedinhos para fora. Senti tudo, na complexidade do tempo-espaço em frações de segundos que em solo passariam despercebidos.

Em 2011 tive a oportunidade de ir para Europa, conhecer gente de todo o mundo.

Ser BASE jumper é ser uma familia. Não tenho mais uma visão tão romântica do esporte quanto tinha no início, afinal toda família tem problema, é feita por humanos e suas virtudes e desvirtudes. BASE é mais que um esporte. É uma forma de vida, é uma forma espiritual de flanar nessa nossa efêmera e mortal existência terrena.

É uma escolha, contida de riscos não velados, mas que tende a ser cada vez mais segura, e só tem uma forma de aprimorar o esporte: saltando, ouvindo, dobrando, desistindo de saltos, confiando na intuição, viajando, sendo, e agradecendo. Por ser nessa família, por encontrar pessoas incríveis no caminho que mudam tudo e fazem com que os problemas se tornem pequenos, que tudo na vida flua melhor.

Sinto amor em cada célula.E isso é a única coisa que importa: o quanto de amor dividimos com o mundo. Enfrentar os caminhos e cada uma das berlindas é ser nesse amor. Porque quando nos vemos em situações limites, assim sabemos quem somos, nos conhecemos mais e valorizamos o que realmente precisa ser valorizado.

Acho que se o mundo praticasse BASE jump não haveriam guerras… na berlinda não existe cor, raça, religião nem gênero. 

Em 2015, junto com Julia Botelho, Patricia Porto e Rita Birindelli, sob direção de Michel Coeli, gravamos um documentário e uma série de 13 episódios para o Canal Off chamada Meninas do Base Jump, tentando trazer essa visão sensível e intensa sobre o esporte através do olhar de mulheres praticantes do esporte.

Base Jump

Esporte (desde 2009)

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